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sábado, 2 de maio de 2015

Francisca Soares Feitoza - Doquinha - (IN MEMORIAM






Filiação: Pai -João Alves Cavalcante (Zuca), nascido em Assaré/CE, filho de Eufrazio Alves Cavalcante e Maria Alves Feitoza. Mãe - Maria de Lima Sampaio (Mainha) – filha de: (José Rodrigues de Lima e Maria de Jesus Sampaio). Nascida em 26/11/1918 – Terça-feira; signo – sagitário; Cônjuge: Vicente Soares Leite; falecida em 19 de dezembro de 1989, Quarta-feira, (aos 72 anos de idade), sepultada em Cabixi/RO; Religião: Evangélica da Igreja Congregação Cristã no Brasil; Professora Primária no Ceará; Poetisa e declamadora – poema favorito: O Pássaro Cativo de Olavo Bilac; cor predileta – vermelho; Parteira no município de Nova Londrina/Pr.




 O Pássaro Cativo

Armas, num galho de árvore, o alçapão;
E, em breve, uma avezinha descuidada,
Batendo as asas cai na escravidão.
Dás-lhe então, por esplêndida morada,
A gaiola dourada;
Dás-lhe alpiste, e água fresca, e ovos, e tudo:
Porque é que, tendo tudo, há de ficar
O passarinho mudo,
Arrepiado e triste, sem cantar?
É que, crença, os pássaros não falam.
Só gorjeando a sua dor exalam,
Sem que os homens os possam entender;
Se os pássaros falassem,
Talvez os teus ouvidos escutassem
Este cativo pássaro dizer:
“Não quero o teu alpiste!
Gosto mais do alimento que procuro
Na mata livre em que a voar me viste;
Tenho água fresca num recanto escuro
Da selva em que nasci;
Da mata entre os verdores,
Tenho frutos e flores,
Sem precisar de ti!
Não quero a tua esplêndida gaiola!
Pois nenhuma riqueza me consola
De haver perdido aquilo que perdi ...
Prefiro o ninho humilde, construído
De folhas secas, plácido, e escondido
Entre os galhos das árvores amigas ...
Solta-me ao vento e ao sol!
Com que direito à escravidão me obrigas?
Quero saudar as pompas do arrebol!
Quero, ao cair da tarde,
Entoar minhas tristíssimas cantigas!
Por que me prendes? Solta-me covarde!
Deus me deu por gaiola a imensidade:
Não me roubes a minha liberdade ...
Quero voar! voar! ... “
Estas cousas o pássaro diria,
Se pudesse falar.
E a tua alma, criança, tremeria,
Vendo tanta aflição:
E a tua mão tremendo, lhe abriria
A porta da prisão...

Olavo Bilac
Do livro: Poesias Infantis, Ed. Francisco Alves, 1929, RJ

Coletivo da família de Doquinha:

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